Algumas coisas na vida a gente acredita mesmo que tem total controle, até percebermos que não. Não temos nenhum. O que senti naquele dia ainda não era nada perto do que viria, era apenas uma foto na tela do celular o bastante para eu passar metade da tarde apenas olhando.
No outro dia eu fui a aula novamente, e pra minha surpresa mais uma das minhas matérias era com ela, Vita tinha a aparência de uma menina tímida, mas ao mesmo tempo não parecia ser, por trás dos óculos era possível ver o castanho dos seus olhos apenas no dia em que trocamos contatos por conta do trabalho eu pude notar tanta coisa que acredito eu, nem ela tinha percebido nela mesma.
- Oi, é Fernanda né?
- Sim, como vai?
- Bem, parece que temos mais uma aula juntas.
- Parece que sim.
- Você conseguiu fazer algo do trabalho?
- Sim. – Novamente não, na verdade pelo menos dessa vez eu havia parado pra ler o texto.
- E aí, conseguiu pensar em algo. – Desde pequena eu adquiriu um sério problema em olhar nos olhos das pessoas que falo, não sei se isso era um bloqueio emocional, ou só sequelas da minha criação distante com quase todas as pessoas.
- Eu tentei formular alguma coisa, mas não deu muito certo. Essas aulas todas que perdi me prejudicaram bastante.
- Imagino que sim, porque não me chama mais tarde no WhatsApp ai podemos conversar sobre.
- Ah claro, eu chamo sim. – Enquanto eu fazia uma cara de “nada”, ela apenas entrou na sala, enquanto eu ainda permanecia olhando a foto do contato, mas como sabia que precisava entrar na sala, fiz o mesmo.
Acredito que poucas das pessoas no mundo sabem o momento exato em que as coisas começam a dar muito certo, ou muito errado, mas sempre sabemos quando parar. Apenas não queremos. Acho que nunca lembramos do começo das coisas, mas eu consigo lembrar o começo de tudo, o momento em que a vi pela primeira vez e junto com ela a melhor das sensações da vida, na minha cabeça eu sabia que puxar assunto não era meu forte, mas precisava tentar…
PRONTO, FALEI! 