Lota Pag2

A casa nas nuvens

Lota foi amiga dos principais intelectuais brasileiros e estrangeiros de seu tempo e ligada ao grupo que fundou o Museu de Arte Moderna, no Rio.

Sua casa sem luz elétrica – no meio da floresta de Samambaia, município de Petrópolis (a 72 km do Rio), projeto de Sergio Bernardes com mobiles de Alexander Calder – era regularmente visitada por estudantes e  arquitetos do mundo inteiro e personalidades que visitavam o Brasil, como Robert Lowell, o próprio Alexander Calder, Monroe Wheeler, Aldous Huxley e muitos outros.

Nas décadas de 40, 50 e 60, Petrópolis era o local de veraneio mais badalado das elites cariocas, com mansões luxuosas, jóias da arquitetura da época.

A obra prima de Sergio Bernardes foi erguida num dos pontos mais altos da Serra do Mar, com vista imponente, a primeira construção a utilizar estruturas metálicas, no Brasil. A casa dava sorte: obteve prêmio na Bienal de São Paulo, num júri que incluía Walter Gropius e, ali, Bishop escreveu Poems: North & South. A Cold Spring, que ganhou o Prêmio Pulitzer de Literatura, de 1955.

Amiga pessoal de Carlos Lacerda, eleito governador do então Estado da Guanabara, na festa que comemorava a posse, sugeriu que o enorme aterrado que surgiu após o desmonte do Morro de Santo Antonio fosse transformado num parque, nos moldes dos que conhecia em suas viagens pelo mundo. Pediu que o Governador lhe “desse” o espaço. Pedido concedido.

Foi nomeada assessora especial sem remuneração e convidou um seleto grupo de arquitetos paisagistas e engenheiros que, sob sua direção, deu início à obra que parecia impossível.

O estresse e a irritabilidade causados por excesso de trabalho e o desgaste pela incompreensão dos profissionais da então SURSAN (Superintendência de Urbanização e Saneamento) inconformados pela liderança de uma leiga, que trabalhava de graça, acabaram desgastando a relação de Lota e Bishop.

Se em seu país natal Bishop era um ícone, no Brasil dos anos 60, era meramente a amiga que cozinhava e fazia sala aos amigos e convidados. Pelo Parque, foi necessário que deixassem Samambaia e morassem no Rio, no apartamento do Leme. Bishop teve séria recaída no seu problema com o álcool.

Convidada, foi dar aulas numa Universidade nos Estados Unidos, ensinando como fazer poesia. Lá encontrou uma jovem aluna, Adrienne Collins, com quem teve um breve affair.

As desavenças continuaram quando Bishop voltou ao Brasil, comprou um casarão em Mariana (MG) – hoje transformado em centro cultural – onde morou por curto tempo. Lota perdeu o pouco controle que ainda lhe restava após uma outra viagem da companheira, que tinha decidido romper definitivamente a relação e, contrariando amigos e médicos, embarcou para Nova York, onde, poucas horas após chegar, tentou o suicídio por overdose de barbitúricos.

Morreu dias depois, em 25 de setembro de 1967, aos 57 anos.

A obra de Lota
Ela merecia que o Parque tivesse seu nome, mas a História não perdoa certas atitudes tomadas  em certos momentos.

Nem sombra do nome de Lota,nenhum registro de seu trabalho.

Leiam:
“O Parque do Flamengo, oficialmente Parque Brigadeiro Eduardo Gomes, mas conhecido popularmente por Aterro do Flamengo (ou simplesmente “O Aterro”), é um complexo de lazer no Rio de Janeiro, Brasil, construído sobre aterros sucessivos ao longo da baía de Guanabara conhecido como praia do Flamengo..

O parque estende-se do Aeroporto santos Dumont no centro da cidade ao início da  Praia de Botafogo na Zona Sul, tendo sua maior parte ao longo da Praia do Flamengo. Entre os elementos do complexo, destacam-se o Museu de Arte Moderna, o Monumento aos mortos da Segunda  Guerra mundial,a Marina da Glória, o Monumento a estácio de Sá, uma via expressa, áreas destinadas à prática de esportes, um restaurante e uma faixa de areia na Praia do Flamengo.

Em sua configuração atual, o parque foi inaugurado em 1965, com 1.200.000 metros quadrados.”

Fonte: Wikipedia – Portugal

 

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2 comentários

  1. Vi o filme “Flores Raras” há poucos dias, e me apaixonei pelas duas mulheres, tão diferentes, e que se amaram tanto. Muito triste saber que Lota não foi creditada como autora do Aterra do Flamengo. Feliz pela iniciativa de Bruno Barreto e produtores em fazer o filme, para resgatar essa memória tão importante. Leila Núbia, do Recife.

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